Juscelino Pereira Jr
Da reportagem local
A mogiana Graziele Jesus, pugilista da Associação de Lutadores e Futuros Astros (Alfa Boxe) e da seleção brasileira de boxe feminina, viajou na madrugada de hoje com destino a Austrália, país onde irá se preparar ao lado de sete atletas do Brasil para o Campeonato Mundial, que acontece em Jeju, na Coreia do Sul, ente os dias 13 e 25 de novembro.
Na terra dos cangurus, Graziele ficará 11 dias treinando e se aclimatando ao fuso horário de 12 horas. Essa será a segunda competição internacional da mogiana, que disputou no fim do mês de setembro, no México, o Campeonato Continental, torneio onde conseguiu a medalha de bronze. Esta será a primeira vez que uma mogiana disputa um Mundial de Boxe, que acontece a cada dois anos.
"O Mundial da Coreia do Sul será uma competição muito importante porque pode me fortalecer na briga interna da seleção para a disputa dos Jogos Olímpicos de 2016", falou Graziele, que ainda destacou que suas principais adversárias devem vir da China, Rússia, Kazaquistão, além de Estados Unidos e Canadá. "Vou tentar me adaptar o melhor possível às adversárias. Sinto que fora da América do Sul, as lutadores não usam muita técnica, essas atletas lutam mais na trocação de socos mesmo", analisou a pugilista mogiana.
Nesse Mundial, Graziele lutará na categoria até 48 kg, porém, nas Olimpíadas, o Brasil será representado apenas nas categorias 51 kg, 60 kg e 75 kg. Por isso, ela trava uma ´luta pessoal´ com a sua parceira de treinos na seleção, a paulistana Clelia Costa, dos 51 kg.
"Ainda não há nada definido de quem irá representar o Brasil nas Olimpíadas. Caso seja eu, terei que aumentar mais 3 kg, o que para mim não será difícil", destacou a pugilista.
Para o técnico da Alfa, Anderson Firmino, responsável pelos treinos de Graziele em Mogi, ter uma atleta representando as cores do Brasil em uma competição tão importante é motivo de muita satisfação. "Ver a Graziele no Mundial é um orgulho muito grande para mim. É uma sensação de serviço feito com sucesso. Isso me faz lembrar que quando iniciei o projeto da Alfa, muitos técnicos de boxe me falavam para eu não investir na modalidade, porque o máximo que eu iria conseguir seria machucar os meus alunos. Agora vejo a Grazi neste nível, assim como outros lutadores da minha academia, e sinto um enorme orgulho".