Noemia Alves
Da reportagem local
A falta de chuva e a poluição atmosférica, agravada principalmente por causa das queimadas, são fatores preponderantes para a ocorrência de problemas respiratórios, em especial em crianças e idosos. Nas últimas semanas, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e o Hospital Municipal Waldemar Costa Filho, em Brás Cubas, têm registrado grande procura de pacientes com queixas de dificuldade para respirar, coriza e tosse.
Dos 180 atendimentos diários (no período da manhã e tarde) realizados, em média, no Ambulatório Infantil do hospital local, segundo a pediatra Priscila de Siqueira, cerca de 90% dos casos são de crianças com problemas respiratórios ou olhos vermelhos, situações relacionadas ao clima seco.
"Em quase todos os casos, há reclamações de dificuldade para respirar e tosse. Isso é muito comum nesta época do ano, quando o ar fica mais seco. Normalmente, o aumento na rede pública chega a 25%, em relação à demanda em outros períodos do ano. O problema é que a baixa umidade está agravada pelas queimadas e outros fatores que contribuem ainda mais para a poluição atmosférica", comentou a pediatra.
Como alternativa, ela orienta umedecer o ar e hidratar em demasia o paciente. "É importante recorrer a algumas medidas caseiras, como colocar uma toalha úmida ou bacia no quarto da criança ou idoso, em local que não seja de fácil acesso ou risco. No caso de umidificadores de ar, é preciso ter atenção, porque não podem ficar ligados por muito tempo, senão, ocasionam fungos e bactérias", alertou.
Ela conta que coriza clara (branca) é sinal de alergia e, então, não é preciso ir diretamente ao hospital. "Se não houver febre ou qualquer outro sintoma de dor, é possível realizar o tratamento em casa, com inalação de apenas soro fisiológico, duas a três vezes ao dia, e consumo de muita água. Em caso de bebês, que se alimentam exclusivamente de leite materno, é possível, inclusive, pingar algumas gostas do soro fisiológico para desobstruir as narinas. Esse processo pode ser repetido de três a quatro vezes ao dia".
Em casos de coriza amarelada ou esverdeada, falta de apetite, febre ou falta de ar, a orientação é que os pais ou responsáveis recorram a um pronto-atendimento. Levantamento da Secretaria Municipal de Saúde mostra que desde julho deste ano o Hospital Municipal registrou uma média mensal de pouco mais de 5 mil atendimentos. Nos demais postos de saúde, que funcionam como pronto-atendimento, a rede municipal tem atendido a uma média de pouco mais de 27 mil pacientes por mês (incluindo casos clínicos e de pediatria). Não foi informado o quanto desse volume equivale a pacientes com problemas respiratórios.