O estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, conhecido como Cadu, confessou ter assassinado o cartunista Glauco Vilas Boas, de 53 anos, e seu filho Raoni, de 25, em depoimento prestado ontem na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nunes disse que matou o cartunista e o filho porque teve uma "inspiração divina" e afirmou que premeditou os crimes. O advogado de defesa, Gustavo Badaró, se recusou a falar com a imprensa.
Nunes foi ouvido durante três horas pelo delegado Archimedes Cassão Veras Júnior, do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Polícia Civil de Osasco.
Ao delegado, Nunes voltou a dizer que planejava levar o cartunista para a casa da mãe. Mas a ação teria sido frustrada pela fuga do rapaz que o levou até a residência de Glauco, Felipe Iasi. "Ele (Nunes) é perigoso, se altera no depoimento, dá impressão que não pode ser contrariado", disse o delegado.
Veras Júnior afirmou que o estudante tem o perfil de psicótico, é extremamente inteligente, detalhista e repara em tudo. Para o delegado, o fanatismo religioso pode ter levado Nunes a abandonar os estudos por repetidas vezes. Em relação à participação ou não de Felipe de Oliveira Iasi, o policial disse que não poderia falar nada ainda para não prejudicar as investigações.