Nayara Ruiz
Da reportagem local
Com a informação, ainda não confirmada, de que o prédio que abrange o curso de Direito da Universidade Braz Cubas (UBC), no centro, pode mudar de endereço, quem mais se preocupa com a possibilidade são os comerciantes próximos ao Campus 2. Não apenas bares e lanchonetes, mas estacionamentos e papelarias também temem a mudança.
Proprietário de um estacionamento que funciona há mais de 20 anos na mesma rua do Campus de Direito, a Francisco Franco, Expedito Lemes de Miranda, de 56 anos, já pensa em deixar o local. "Praticamente toda a renda adquirida pelo estacionamento vem de alunos e professores da UBC. Se o prédio mudar de lugar, vou à falência", desabafou. Miranda deu como exemplo o período de férias. "As aulas ainda não começaram e as vagas de aproximadamente 200 carros estão vazias", destacou.
De acordo com ele, alguns representantes da instituição o procuraram no meio do ano de 2009 para esclarecer algumas questões. "Na verdade, não esclareceram nada, disseram que estavam me abordando com este propósito, mas só o que falaram é que, se houver realmente essa mudança de local, ela só vai acontecer no segundo semestre deste ano", contou.
"Falaram também que isto poderá acontecer porque está havendo uma mudança na administração da universidade". Segundo ele, se o boato se tornar realidade, o estacionamento terá de mudar de endereço também.
André Luiz da Silva, 30, proprietário de um bar em frente ao Campus 2, também está preocupado com o boato. "Essa história já rola há muito tempo, há anos, na verdade. Não sei bem o que pensar. Praticamente 75% do meu lucro vêm dos estudantes. Se a universidade mudar de lugar, eu vou junto. Tenho até clientes fiéis que disseram que, se eu for para o Mogilar, onde fica o Campus 1 e aonde provavelmente irão os alunos do Campus 2, eles continuarão frequentando meu estabelecimento".
Na lanchonete de Edson Roberto de Carvalho, 48, não existe a opção de mudar de endereço, por isso, o pequeno empresário faz planos. "Talvez eu não tenha tanto prejuízo se eu conseguir transformar minha lanchonete em um restaurante", avaliou. "O problema é que, se a UBC realmente anunciar que haverá a mudança, terei de demitir três funcionários, já que, inicialmente, meu prejuízo será muito grande e eu não vou conseguir arcar com todos os gastos".
PapelariasNas papelarias, que lucram praticamente com a fotocópia de documentos e trabalhos, os funcionários afirmaram que o prejuízo também será grande. De acordo com eles, o período mais prejudicado será o noturno, já que, durante o dia, outros comércios e pessoas que precisam ir ao banco fazem uso do serviço.
O que vai mudar também é o horário do expediente, que vai até as 22 horas, mesmo horário do término das aulas. Com essa mudança, diversos funcionários serão demitidos. A Assessoria de Imprensa da universidade negou que o prédio será abandonado ou vendido.