Os comerciantes de Mogi dividem opiniões quando o assunto é o projeto de lei "Mogi Mais Viva", que estabelece novos critérios para o uso de propaganda externa no município. Há quem critique e há quem elogie a proposta, mas todos concordam sob um aspecto: o regramento da publicidade no município é necessário.
A sócia-proprietária de uma papelaria da rua Doutor Deodato Wertheimer, Alice Kato, avalia que o projeto é bom, mas insuficiente para melhorar a paisagem de Mogi. "Apenas retirar as fachadas das lojas não significa que a cidade ficará mais bonita. E os fios da rede elétrica? E os postes? Além disso, quando os comerciantes tirarem os letreiros, ficará a sujeira e a marca da antiga fachada, o que não será nem um pouco bonito".
Ela também está preocupada com o investimento necessário para a adaptação às novas regras. "Isso gera custos para os comerciantes. Agora, se a Prefeitura, de fato, der descontos no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), tudo bem". Recentemente, o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM) garantiu que o benefício será concedido aos lojistas, seguindo as mesmas regras adotadas em São Paulo.
Para o empresário Alberto Baghoss, proprietário de uma loja de roupas na avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco (um dos pontos de maior poluição visual de Mogi), a administração municipal também deve colaborar para o embelezamento da cidade. "A Prefeitura tem de dar o exemplo. As praças, por exemplo, estão horríveis. De que adianta apenas os lojistas cuidarem de suas fachadas?", diz.
Por outro lado, o proprietário de uma loja de revelação de fotos, também na Deodato, Paulo Massayoshi Miyazaki, gostou tanto da proposta que resolveu se antecipar à aprovação do projeto pela Câmara: removeu sua antiga fachada há poucos dias: "Já estava esperando a apresentação do projeto, e fiz questão de ser o primeiro a adaptar a fachada", diz.
O comerciante José Antônio Carreira aprova a proposta. "Acho que é válida. Só precisamos de um prazo para as adaptações. Por isso, é importante que os comerciantes estejam bem informados das regras". Ele ressalta, no entanto, que alguns casos devem ser avaliados. "Há lojistas que reformaram suas fachadas recentemente. Como fica a situação deles?". (C.S.)
