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Cidade| Estatística

Dados revelam: 40% dos acidentes no trânsito acontecem no período da tarde

Maioria dos incidentes registrados na cidade ocorre entre meio-dia e 18 horas, segundo dados da Secretaria Municipal de Transportes

Publicada em 25/10/09

Marcelo Alvarenga

Tragédia: O Astra do empresário Rander de Andrade Silva colidiu num guincho no Km 93 da rodovia Mogi-Bertioga. Suas duas filhas, uma de 8 anos e a outra de 3 morreram no local do acidente

NOEMIA ALVES
Da reportagem local

Visualize leitor as duas situações a seguir. Doze de outubro de 2009. O relógio marca 17 horas. Depois de curtir o feriado prolongado com sua família, no litoral norte, o empresário Rander de Andrade Silva, de 28 anos, segue pela rodovia Mogi-Bertioga (SP-98), sentido Mogi das Cruzes. Na altura do Km 93 da via, num trecho de reta, ainda na planície, o veículo dele, um Astra azul, placas DOM-1776, de Suzano, colide num guincho que fazia uma manobra na pista.

Com a batida, suas duas filhas, Gabriela Alves Silva, 8, e Ana Carolina Alves Silva, 3, ficaram gravemente feridas. Não tiveram a chance de serem socorridas pelo Corpo de Bombeiros e morreram no local do acidente. A esposa do motorista, Ivonete Alves Silva, 28, e outras duas pessoas que estavam no carro (Carlos Alberto do Carmo Silva, 34, e Tais Ribeiro, de 20), além de Rander, sofreram ferimentos e foram levados para o Pronto Socorro, em Bertioga.
Primeiro de setembro de 2009. O relógio marca 15 horas. O instalador Wellington César Pastore, 26, sai de sua residência na Vila Natal, em direção ao Hospital Luzia de Pinho Melo, no Mogilar. Seu pai, o aposentado Waldemar Pastore, 63, está no banco do carona do Fiat Uno, placa CET 3095, reclamando de fortes dores nas costas. Em dias normais, o trajeto de seis quilômetros, distância entre um lugar e outro, chega a ser feito em até 20 minutos. No dia do acidente, feriado municipal, em comemoração aos 449 anos de Mogi, as ruas do centro estavam desertas. O instalador teria a chance de fazer o percurso em até 15 minutos, empregando uma velocidade média de 30 a 60 km/h. Ao passar no cruzamento das ruas Dom Cândido Alvarenga e Ricardo Vilela, o seu percurso foi interrompido. O Uno dele foi atingido por uma viatura do Departamento Municipal de Trânsito, que trafegava pela Ricardo Vilela e, segundo testemunhas, teria avançado o sinal vermelho. Com o impacto da colisão, o idoso foi arremessado do carro e sofreu ferimentos graves. Seu Pastore ficou 45 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital, mas não resistiu às lesões e morreu. Wellington e o filho de seis anos - que também estava no veículo -, sofreram ferimentos leves e sobreviveram.
Situações como estas têm sido cada vez mais frequente no trânsito mogiano. Dados da Secretaria Municipal de Transportes revelam que, entre janeiro e agosto deste ano, ocorreram no município 2.766 acidentes de trânsito com vítimas. Desse total, 1.095 (39,58%) foram registrados à tarde, entre o meio-dia e às 18 horas.
Na avaliação de Paulo Castilho, da Construarq, empresa que presta serviços de consultoria de trânsito, acidentes acontecem por dois motivos: distração e pressa do motorista. "Das 12 às 14 horas, ou logo após o almoço, é o período que, normalmente, há a incidência do calor forte, e também quando o corpo começa a fazer digestão. Em fatos assim, a pessoa está propensa a ficar desatenta e com os reflexos comprometidos. Outra razão é a pressa para chegar a tempo a algum compromisso ou para resolver algum imprevisto que exija a presença da pessoa. Em ambos os casos, ele pode gerar situações de imprudência no trânsito, e, consequentemente, ocorrer uma fatalidade", afirma. Castilho.
A diferença de luminosidade, muito comum entre o fim da tarde e o início da noite, também é um fator que contribui para a ocorrência de acidentes em estradas. O consultor cita como exemplo o acidente que envolveu o Astra e o guincho, no fim do feriado de 12 de outubro. "A mudança brusca na luminosidade pode ter prejudicado a atenção do motorista. Porém, também pode ter ocorrido imprudência de uma das partes envolvidas", avalia.
Já no acidente entre o Uno de Wellington Pastore e a viatura do Departamento de Trânsito da Prefeitura, no centro de Mogi, na tarde do feriado municipal, Castilho acredita que tenha ocorrido uma junção de fatores: pressa, imprudência e falta de visibilidade. "Pelo o que fui informado, o rapaz tinha sinal verde para trafegar naquele instante e pouca visibilidade do cruzamento. O outro carro seguia em alta velocidade para atender um acidente na via férrea e também não tinha visibilidade do Uno. Foi uma fatalidade", disse Castilho.
Wellington Pastore, filho da vítima, vai acionar a Justiça para pedir indenização da Prefeitura. "Desde o acidente até o enterro do meu pai, ninguém da administração pública nos procurou para prestar ajuda", desabafa.



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