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Cidade| Vulnerabilidade social

"Jardim Piatã é um local esquecido", afirma moradora

Crescimento desordenado e falta de transporte coletivo urbano são alguns dos problemas relatados pela comunidade

Publicada em 01/03/09

Michel Meusburger

JARDIM PIATÃ: Precariedade e falta de recursos urbanos são patentes no bairro, que fica a 20 km de Mogi

JAMILE SANTANA
Da reportagem local

Tarefas comuns como pagar as contas, fazer compras e simplesmente passear na área central de Mogi, tornam-se verdadeiros sacrifícios para os moradores do Jardim Piatã e Conjunto Residencial Vereador Jefferson da Silva.

Localizado a 20 quilômetros do centro de Mogi das Cruzes, o bairro Jardim Piatã faz divisa com os municípios de Itaquaquecetuba e Suzano e enfrenta, nos últimos anos, um processo de crescimento desordenado.
São mais de duas mil famílias com residência fixa naquela região, das quais 200 continuam em situação irregular, ou seja, ocupam área de preservação ambiental. O problema se agrava quando o assunto é sair do bairro para resolver questões pertinentes às pessoas comuns.
Com o falho sistema de transporte coletivo apontado pelos moradores, buscar soluções para resolver situações rotineiras é inevitável.
Assim também acontece no conjunto Jefferson. Os moradores contam que o ex-prefeito Waldemar Costa Filho começou a construir o conjunto em 1997 e concluiu o projeto em 1998. O objetivo era retirar moradores de área de risco do Jardim Lair. No entanto, os moradores reclamam que permanecem isolados, pois o bairro não cresceu comercialmente.

"Passar um mês aqui é se sentir no fim do mundo", desabafou a dona de casa Janaína Pedroso de Souza, 24 anos, moradora do Conjunto Jefferson. Ela conta que deixa as contas de luz e água, entre outras, para pagar em um único dia do mês. "Perdemos o dia todo para conseguir sair do bairro, ir até o centro da cidade e voltar. Por isso acabo pagando juros em algumas contas, porque só saio para fazer tudo de uma vez", contou.

A doméstica Neide Aparecida de Souza, 47 anos, moradora do Jardim Piatã reclama que nem se sente mogiana. "Eu prefiro ir para Itaquá, porque eles nos fornecem ônibus, do que ir para Mogi, resolver minhas coisas", explicou. E continua: "É muito triste saber que somos um povo esquecido".


Horta
Olhando de fora, nem parece que na humilde casa na rua Bragança Paulista, no Jardim Piatã serve de moradia para sete pessoas. No entanto, o terreno chama a atenção pela quantidade de verduras e legumes plantados no quintal.

José Carlos de Jesus, de 20 anos, conta que a família decidiu plantar verduras e a iniciativa ganhou força devido à dificuldade que a família encontrava em comprar comida. O pé de alface que era vendido por até R$ 2,30 no bairro, hoje a família pode colher de graça.



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