Raul Rodrigues
Desejo ajudar! Sinto muito, mas não pretendo ser encarado com algo de superior. Não é essa a minha intenção, o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar, se possível, brancos, negros, judeus, gentios, ateus. Sem reivindicar surpresa: todos estamos empenhados em ajudar uns aos outros! Prepare-se para se surpreender: todos seres humanos são assim, desejamos viver para a felicidade do próximo, não para o seu infortúnio. Na ausência do qual não somos nada!
Então, qual seria a razão para querer odiar e desprezar os outros? Com tanto espaço no mundo para todos. Para prover todas as necessidades há tanta terra boa e rica. Liberdade e beleza podem ser os caminhos da vida, porém, sob o mais reles obstáculo, nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma das pessoas. Levantou no mundo as muralhas do ódio e tem-nos feito marchar a passo de tartaruga para a miséria e a extinção.
Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina que produz abundância nos tem deixado à míngua. Nossos conhecimentos fazem-nos céticos; nossa inteligência, em pessoas duras e cruéis. Pensa-se em demasia e sente-se muito pouco. Mais do que mecanismos, dispositivos, máquinas, precisa-se de humanidade! Mais do que inteligência precisa-se de afeição e doçura. Sem essas afeições a vida será de manifesta violência e, tudo se perderá.
A aviação e os meios de comunicação em massa aproximaram-nos demais. A própria natureza dessas iniciativas é um apelo eloquente à bondade da pessoa humana, um apelo à fraternidade universal, à união de todos nós. Neste mesmo instante o que penso, por meio da palavra a mensagem pode ser enviada a um sem número de pessoas, mundo afora. Milhões de desesperados, homens e mulheres, criancinhas, vítimas de sistemas que torturam seres humanos e encarceram inocentes. Aos que me podem ler, eu digo: Não há porque se desesperar!
A desgraça que tem caído sobre nós não é mais produto da cobiça em agonia, da amargura de pessoas que temem o avanço do processo humano. As pessoas que odeiam desaparecerão. Os ditadores sucumbirão e o poder que do povo foi roubado há de retornar ao povo. E assim, mesmo que as pessoas pereçam, a liberdade nunca perecerá.
Não somos máquinas! Pessoas é que somos! Portanto, em nome da democracia, usemos deste poder, unamo-nos todos nós. E, com amor da humanidade em vossas almas! Não odiar! Só odeiam os que não se fazem amar, os "inumanos".
Raul RodriguesÉ mestre em Engenharia de Produção, professor universitário e colaborador do Mogi News.