Luana Nogueira
Da reportagem local
A derrota histórica da Seleção Brasileira na semifinal da Copa do Mundo despertou indignação e perplexidade nos mogianos. Agora, o foco é torcer contra a Argentina, a clássica rival do Brasil. Os bares e locais que transmitiram o jogo que terminou com o placar de 7 a 1 para a Alemanha foram esvaziando conforme os alemães goleavam a equipe pentacampeã.
A última grande derrota que a Seleção amargava ocorreu na Copa do Mundo de 1998 contra a França, quando o Brasil foi derrotado por 3 a 0. Na partida de ontem, os mogianos não tiveram nem tempo de lamentar ou chorar a goleada da Alemanha, o que se via no rosto dos torcedores era revolta e choque, eles pareciam não acreditar no placar.
A pedagoga Sueli Schwar-tzmann, de 54 anos, que é descendente de alemães, já previa a derrota do grupo brasileiro. "Esperava que a Seleção perdesse para a Alemanha, mas não com esse placar. Eles vão colocar a culpa na ausência do Neymar, mas não acho que isso é desculpa. Estava torcendo desde o início da Copa do Mundo para a Alemanha, já que tenho descendência alemã. Agora, vou continuar na torcida para eles e para a Holanda, que pegará a Argentina. Perdi a vontade de torcer para o Brasil desde que o Ronaldinho entregou a Copa para a França em 1998. A tristeza fica pelas crianças, meus netos estavam acompanhando e torcendo", comentou.
O engenheiro de computação Fabio Zelinski, 39, mora e trabalha em São Paulo, mas decidiu assistir à partida em Mogi das Cruzes. "Tenho família e amigos na cidade, mas fica uma sensação de decepção por essa partida do Brasil", disse.
A pedagoga Viviana Grejo, 46, classificou o jogo como um "horror". "Não tenho nem palavras para definir a sensação que tive quando os gols da Alemanha começaram a ser marcados. Estava acompanhando, torcendo pela Seleção e imaginava que o Brasil ganharia por 3 a 1. Falam que faltou o Neymar, mas para mim faltou a Seleção inteira. Todos dizem que existe uma pressão maior pela Copa ser no Brasil também, mas o jogo foi ruim. O que resta é torcer contra a Argentina", ressaltou.
O advogado Mohamad Saada, 30, avaliou que os alemães jogaram mais que os brasileiros e souberam aproveitar as oportunidades. "Esperava um pouco mais do Brasil. Ninguém imaginava que o jogo teria esse resultado. Os passes alemães foram muito certinhos. Acreditava que o Brasil ganharia de 2 a 1".
A praça Norival Tavares, que havia se tornado reduto dos torcedores mogianos, ficou vazia durante e após a partida. A via não precisou ser interditada pelos agentes de trânsito, como ocorreu nos outros jogos.