Cleber Lazo
Da reportagem local
O Centro Oncológico de Mogi das Cruzes e o Instituto do Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho irão assinar hoje, às 9h30, o convênio que possibilitará o retorno da radioterapia a Mogi das Cruzes, após mais de dois anos. A assinatura ocorrerá um dia antes do início do atendimento. O evento de inauguração do serviço contará com a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB). (Veja mais na página 4)
De acordo com o médico Flávio Isaías Rodrigues, diretor do Centro Oncológico, o instituto vai locar o espaço e um acelerador (aparelho responsável pelas sessões). O contrato será válido por um ano, com a possibilidade de renovação por mais 12 meses. O prazo foi determinado a partir do tempo necessário para que o projeto de construção do prédio de radioterapia seja construído no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo.
Nenhuma obra física no Centro Oncológico foi exigida. A única solicitação foi que a entrada dos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ficasse isolada da portaria dos pacientes encaminhados por planos de saúde. A unidade mogiana conta com dois acelerados, um para cada modalidade de atendimento (particular e SUS).
As negociações entre a entidade mogiana e a Secretaria de Estado da Saúde duraram um ano e meio. As conversas, a maior parte do tempo, foi entre Centro Oncológico e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), organização social que administra o Luzia. Contudo, o convênio não foi possível, uma vez que a SPDM já presta um serviço terceirizado e não poderia "quarteirizar" o atendimento. Entrou em cena então o Instituto Câncer Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, que, por sua vez, em apenas um mês, entrou em acordo com todas as partes e arrendou o espaço e os equipamentos do Centro Oncológico.
Os profissionais que trabalharão no local serão de responsabilidade do instituto. Quatro médicos farão parte do corpo clínico. Inicialmente, a expectativa é atender, em média, 40 pacientes por mês.
Incerteza
No entanto, a volta para Mogi de todos os pacientes do Alto Tietê em tratamento de radioterapia em São Paulo não está garantida. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, "os casos serão analisados individualmente", porém, "muitos poderão retornar".
Assim, alguns moradores da região, principalmente aqueles que estiverem no final do tratamento, permanecerão no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) ou em outras instituições. Já em relação aos novos pacientes e quem tiver apenas iniciado a série de sessões em algum instituto da capital - passou por cinco de 30 sessões necessárias, por exemplo -, a promessa do governo estadual é que comecem ou continuem o atendimento no município.