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terça-feira
2 de junho de 2015

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Opinião| Tribuna Livre

República e democracia

Publicada em 28/02/15

Imagine uma empresa que contratasse um gerente que saísse confessando aos amigos que o emprego conquistado serviria para que tirasse o "pé da miséria", se enriquecendo, pela possibilidade, dentro do trabalho, de usar de meios ilícitos. Esta afirmação, muitas vezes, eu ouvi de candidatos caso fossem eleitos. Assemelham-se a raposas que desejam ser colocadas para proteger o galinheiro e cuidar das aves, ou como lobos disfarçados no meio das ovelhas. Há sério erro quando se diz que a voz do povo é a voz de Deus.
O próprio Deus declara que os seus caminhos não são os nossos caminhos, nem os seus pensamentos os nossos. O saudoso pastor presbiteriano que foi, também, professor de português do Colégio Washington Luís, Osmar Serra, quando alguém citava o dito popular que a ocasião faz o ladrão, ele logo corrigia dizendo que a ocasião mostra o ladrão. De fato, nossos políticos nos cargos, quase todos, não visam a coisa pública e se apropriam do bem público para uso privado.
Segundo Renato Janine Ribeiro, professor titular de Ética e Filosofia Política da USP, a república deixou de ser viril e com isso mudou o conceito de coisa pública, desde meados do século vinte, para tesouro público. O furto do dinheiro público é pior do que o furto do dinheiro privado, um assassinato, porque mata gente por falta de assistência médica, mantém o povo na ignorância por deficiência de ensino público - a miséria mantida dá votos ao oferecer assistência social para eleger corruptos.
O abuso do poder dos eleitos não respeita o bem comum, como o caso do prefeito que suspendeu a merenda escolar no almoço para evitar a obesidade das crianças, quando, os alunos dependem, devido à pobreza, daquela refeição do dia. Para resumir, Janine nos diz, como nação, que temos pouca experiência histórica tanto de república (a busca do bem comum) quanto de democracia (o povo, os pobres, tomando a palavra).
Nossa sociedade não tem tanto respeito pelo direito (o mundo da república) ou pelos direitos sociais (o mundo da democracia). Juiz do Supremo se acha no direito de ter reunião à parte com advogados de empreiteiras processadas por escândalo do "petrolão". Outro Juiz consegue condenar uma agente de trânsito a pagar cinco mil reais porque ela lhe disse "o senhor não é Deus". República desde 1889, nosso país desmoralizado pelos frequentes escândalos no Governo corre o risco de ser julgado perante as nações democráticas como uma republiqueta.


Mauro Jordão
É médico ginecologista e colabora
todo sábado neste espaço



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