O mandato do deputado federal pelo PSD, Junji Abe, termina hoje. Sem a reeleição e apenas como segundo suplente, o político tratou logo de articular o seu retorno a Mogi para não perder espaço. Na quarta-feira passada, visitou a redação do Mogi News para, em tom cordial, agradecer a colaboração da imprensa em seu trabalho. A realidade, porém, era outra. Sendo bem objetivo quanto ao seu futuro político, Junji afirmou com convicção que "não pode ficar de fora do cenário político".
Mais claro, impossível. Depois de exercer um mandato como vereador, três como deputado estadual, dois como prefeito da cidade e, agora, o último como federal, o que resulta em mais de 40 anos de atividades, Junji garantiu que tem energia e disposição suficientes para voltar ao Executivo. Nesse período, também jamais deixou de atuar em sua base, a produção agrícola. Apenas a lei o impede de ser mais explícito.
Recado dado, os bastidores da política mogiana se agitaram. Dentro do partido, o PSD, que também tem o prefeito Marco Bertaiolli, muitos nomes estão sendo cogitados, mas, agora, as coisas começam a se acomodar. Os representantes mais novos e que alimentavam altas ambições, por exemplo, tratam de se aquietar, pois sabem que Junji é um nome forte, bem mais difícil de ser batido. Os da ala mais antiga, aguardando o momento mais oportuno, estão percebendo que a disputa será bem mais acirrada do que o esperado.
Resta saber qual a real posição de Bertaiolli. Se ele pretende apoiar algum candidato novo, se vai compor com alguém da ala mais antiga, ou, ainda, se vai deixar o caminho livre, sem interferir no processo sucessório. Sem poder ser reeleito, o chefe do Executivo deve, com certeza, partir para campos mais abertos. Nessa história, só uma coisa está definida: a corrida pela cadeira do prefeito já começou.
