Stefany Leandro
Da reportagem local
A participação das mulheres no mercado de trabalho tem se tornado cada vez mais significativa. Dados da última Pesquisa de Gênero divulgada em novembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, entre os anos de 2000 e 2010, o número de mulheres consideradas ´ocupadas´, ou seja, que exerciam algum tipo de atividade profissional no Alto Tietê registrou aumento de 66,9%. Passou de 156.422 para 261.238, em uma década. A inserção do sexo feminino em áreas predominantemente masculinas também tem se tornado frequente. É cada vez mais comum a presença de mulheres em funções, antes ocupadas apenas por homens. É o caso da mogiana Tatiani Santos Silva, de 36 anos, que em busca de uma melhor remuneração, deixou o emprego como auxiliar administrativa, em 2012, para trabalhar como taxista. "Gosto do dinamismo da profissão, cada hora estou em um lugar, com pessoas diferentes. Me sinto bem principalmente por ser uma das poucas mulheres na área. Quando tirei minha habilitação, poucas mulheres dirigiam e eu sempre pensei que as outras também deviam buscar essa independência.", disse.
De acordo com a motogirl Ana Paula Domingues Martins, de 29 anos, a conquista por novos espaços no mercado de trabalho, no entanto, exige muita determinação, principalmente para enfrentar o preconceito cotidiano. "Entrei na profissão em 2005. Estava desempregada e surgiu a oportunidade, então resolvi encarar. O que me espantou foi que o preconceito era maior por parte das próprias mulheres, por causa das minhas roupas. Ter que andar de capacete, macacão, não dá pra andar toda arrumada e isso deixavam elas incomodadas.Hoje vejo como um desafio e é muito gratificante ter me superado, até porque as empresas estão preferindo as mulheres, por serem mais cuidadosas", contou.
O reconhecimento profissional também é comemorado pela suzanense Noemi Alves de Carvalho, que há seis anos trabalha como pintora. "Comecei pintando casas com meu marido, mas quando ele se acidentou , há três anos, passei a trabalhar sozinha. Um cliente indica meu serviço pra outro e assim vou conseguindo minha renda. Tenho notado que eles estão preferindo contratar mulheres por sermos mais caprichosas e delicadas. Então o trabalho acaba sendo mais bem feito", comentou.