Apesar de ter conquistado seu espaço no mercado de trabalho, inclusive em setores predominantemente masculinos, as mulheres enfrentam diariamente uma série de desafios durante o exercício da profissão, como o preconceito e a desigualdade salarial. Dados sobre o estudo Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2014, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que em 2013, nos trabalhos formais as mulheres recebiam 75% do rendimento médio dos homens.
Para o sociólogo Afonso Pola essa diferença é resultado de influências culturais e demonstram a necessidade de campanhas para que a prática seja revertida. "A remuneração das mulheres continua sendo inferior a dos homens. Embora o nível de escolaridade delas seja maior que a masculina, elas continuam ganhando menos. Em média as mulheres estudam oito anos a mais do que os homens e mesmo assim a remuneração é inferior em diversos setores. A nossa sociedade se organiza em meio ao universo masculino e por isso há essa discriminação.", disse.
Pola destacou ainda que a atuação do público feminino no mercado de trabalho reflete diretamente na realidade atual dos lares brasileiros na qual o perfil patriarcal está cada vez mais se disseminando. "As mulheres já conseguiram seu espaço até mesmo em ares de domínio masculino e provaram que possuem capacidade de desempenhar tais funções até mesmo melhor do que eles. Agora, nós estamos falando atualmente de um país no qual 40% das residências são chefiadas por mulheres. Isso quer dizer que na prática elas já conduzem quase metade dos lares brasileiros. Ou seja a conquista da mulher não foi apenas no mercado de trabalho", concluiu o sociólogo a respeito do assunto.