Jéssica Almeida
Da reportagem local
"Todos nós somos artistas, pois construímos no palco da vida a nossa história de diversas maneiras", reflete o ator Vinícius Fiamini sobre a sua maneira de ver o mundo e as pessoas. Um dos destaques do filme "Flor de Abril", que conta a história de Tereza que após passar por infindáveis situações difíceis acaba por fazer escolhas erradas, ele começou sua carreira, em 2006, por meio de oficinas de teatro em Suzano e no Sesi de Mogi das Cruzes.
"Eu cresci ouvindo boa música com o meu pai, e aprendendo com elas a importância de saber se expressar. Com 22 anos, decidi que era hora de externar isso. Procurei oficinas de teatro, mas só como hobby. Porém, quando pisei no palco pela primeira vez, senti algo inexplicável. Eu estava no lugar certo, descobri a minha zona de conforto", conta o ator.
Assim como todo artista, o começo da carreira de Vinícius foi difícil, mas, com trabalho árduo e persistência, as dificuldades foram superadas. "Eu comecei tarde, então tive de correr atrás para me aperfeiçoar. O problema é que também não tinha dinheiro para fazer cursos, que são muito caros. Minha sorte foi a internet e os livros. Estudei tudo que pude por conta própria. O que tenho a dizer é que valeu a pena. Ouvi do meu grande amigo Wilson Caetano (orientador de Artes Cênicas) que fui o melhor ator do Sesi de Mogi dos últimos 15 anos. Informação que se for perguntada a ele, com certeza, ele negará (risos)", revela.
Trajetória
Natural de Suzano, aos 36 anos, o ator, diretor, professor e atualmente coordenador de Cultura dos Cursos de Formação da cidade, já passou por diversas fases e companhias de teatro. "Cada etapa, seja como ator de palco, diretor de peças, no cinema, como professor infantil de teatro e, hoje como coordenador, me libertou de antigos preconceitos e fez de mim um artista. Não fosse isso, eu seria um burocrata, mas felizmente não gosto de burocracia. Então, me contento em ser humano, é isso que eu quero", afirma.
Atualmente além da coordenação, Vinícius faz parte do grupo de teatro "Ovo - Núcleo de Investigação Teatral", que trabalha o teatro físico. "Essa linha de teatro é nova, e nós estamos trazendo pesquisas europeias para o Brasil. Nesta vertente, o corpo e as ações dos atores são as prioridades no palco e, não o texto. Nós estamos com dois espetáculos prontos, embora sem data para estrear. O primeiro é a peça ´Movo´, que trabalha quase sem texto, mas com o que move as pessoas em cinco aspectos: amor, sexo, sucesso, dinheiro e comida. E, o outro é a peça ´Ricardo III´, de William Shakespeare", comenta.