Cibelli Marthos
De Poá
O vice-prefeito de Poá, Marcos Borges (PPS), assumiu a prefeitura pela terceira vez só neste ano após o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) suspender a liminar concedida em primeira instância que mantinha o prefeito Francisco Pereira de Sousa (SDD), o Testinha no cargo. A cerimônia de posse ocorreu ontem.
Conforme o Mogi News apurou, o despacho do desembargador Francisco Bianco foi publicado na última sexta-feira e dizia que "não há nenhum indício de eventual ilegalidade" no ato do Legislativo que resultou na cassação do prefeito no mês passado. Ainda de acordo com o TJ, o efeito suspensivo terá vigor até o julgamento do mérito da ação.
Com base nesta decisão, Borges assumiu o comando da Prefeitura de Poá e afirmou que o objetivo é trabalhar para que a cidade continue se desenvolver e que sua posse foi feita estritamente em cumprimento ao que determina a lei e que o vice substitui o prefeito diante do seu impedimento. "O momento não é de festa ou comemoração, muito pelo contrário, é para sentarmos para definir as nossas responsabilidades e compromissos porque a vida da cidade não pode parar", enfatizou.
O ato da posse contou com a presença de vários vereadores que votaram a favor da cassação do prefeito, que já enfatizou por várias vezes que a postura dos parlamentares é política e que os mesmos tentam "lotear as secretarias" assim que Borges assume, como já ocorreu em outras oportunidades.
Histórico
A cassação ocorrida em 19 de agosto deste ano foi aprovada pela Câmara. Os vereadores apontaram irregularidades na licitação para as obras da Praça da Juventude. A Casa de Leis acatou uma denúncia recebida em 2013 e criou uma Comissão Processante (CP) para averiguar o processo de contratação da empresa para a construção do espaço. Com a aprovação do relatório final do grupo, 13 vereadores votaram favoráveis à cassação do prefeito. Dois dias após Borges assumir a prefeitura, Testinha conseguiu uma liminar concedida pela Justiça de Poá e retomou o cargo.
A primeira tentativa de tirá-lo do cargo, em junho, era por causa de acusações que apontavam irregularidades no reajuste da taxa de lixo. Ele conseguiu reverter e voltou ao cargo horas depois do vice-prefeito ter tomado posse.