Renata José
Da reportagem local
Os jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo foram caracterizados como dia de festa e descanso para a população, mas, para a maioria dos comércios, são sinônimos de perdas e prejuízos nas vendas. Ontem, antes da derrota do Brasil contra a Alemanha pela semifinal, o Mogi News ouviu comerciantes. Eles explicaram que as vendas caíram até 60% com o fechamento dos estabelecimentos durante os jogos da Seleção.
O proprietário do restaurante Juarez Grill, em Brás Cubas, contou que em alguns dias de jogos, o movimento caiu pela metade, e que nas primeiras cinco competições do Brasil, a perda geral foi de 30%. "Dia de jogo é dia de comemorar com a família, ninguém vem em restaurantes, por isso, fecho e dispenso meus funcionários. Não tem o que fazer para reverter as perdas.", contou Juarez Disegna.
E se ter o título de hexacampeão é importante para um grande número de pessoas, alguns são categóricos e querem o contrário. "Eu torci em todos os jogos para que o Brasil perdesse para não perdermos mais nenhum dia de vendas", conta Arthur Takeuchi, consultor da empresa Dodô Vidros Blindex, que já teve uma diminuição de 60% das vendas nesta Copa.
Ele explicou, ainda, que além do pouco movimento de clientes no comércio, os funcionários tiveram baixo rendimento no trabalho nos dias de jogo.
"Com todas essas dificuldades de trabalho, fizemos uma promoção de 15% de desconto até o final da Copa para pagamentos à vista. Mas o fluxo continua muito baixo, e não tem muito há fazer, além de dispensar os funcionários mais cedo", explica o consultor.
O gerente de uma loja de calçados na região central explica que nem a reabertura do estabelecimento após os jogos reverte as vendas. "Tentamos reabrir uma única vez, mas o movimento foi quase zero, por isso, não voltamos mais ao funcionamento depois dos jogos. Temos cerca de 15% de prejuízos nesses dias, e não há o que fazer", afirma Josué Pinheiro, gerente.
O mesmo acontece com movimento no supermercado Shibata da Vila Industrial, que também registrou baixas nas vendas durante a Copa, principalmente nos dias de jogo do Brasil. "O que deixamos de vender nos horários em que fechamos, não dá para recuperar. O movimento aqui aumenta antes dos jogos, mas os clientes vêm para comprar refrigerantes, cervejas e carnes, o que não é o suficiente para equilibrar as vendas", conta José Maria Almeida, gerente do Supermercado.
Diferentemente dos outros relatos, uma loja de acessórios registrou lucro com a venda de artigos para a Copa. "Vendemos vuvuzelas, perucas, bonés, camisetas, e até acessórios com o tema Brasil, a procura foi grande", explicou Fabiana Bento, encarregada de vendas.