Muitos podem não saber, mas Mogi das Cruzes participou ativamente da Revolução Constitucionalista de 1932, por meio não só dos voluntários que defenderam o Estado de São Paulo nas trincheiras, mas também pela sensibilização do povo mogiano, que contribuiu com doações em dinheiro, alimentos e remédios no período de luta, que se estendeu por três meses.
Passados 82 anos, a direção da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), cuja sede na época serviu de base de apoio para os paulistas, faz questão de relembrar a importância que a cidade teve num dos episódios mais marcantes da história brasileira e considerado o movimento cívico mais marcante do Estado, tanto que o dia 9 de julho é feriado estadual.
Fundada em 1920 e uma das mais antigas associações comerciais em atuação no Estado, a ACMC (antes Acimc) sempre se norteou por valores voltados para o desenvolvimento político, econômico e social do município e do Brasil. Por isso mesmo, em 1932 a entidade comandada por Joaquim de Sá prontamente se aliou à Associação Comercial de São Paulo (ACSP), cujo presidente Carlos de Souza Nazareth acabou por ser um dos líderes civis do movimento, que visava à derrubada do governo de Getúlio Vargas e a criação de uma nova constituição.
Além de enviar voluntários para o combate armado e de servir de refúgio para moradores dos locais onde as batalhas eram travadas, Mogi das Cruzes se mobilizou para participar do movimento também de outras formas e a ACMC exerceu papel fundamental nisso. A exemplo do que ocorreu em outras associações comerciais, a entidade mogiana se pôs a serviço da Revolução e, segundo os relatos históricos, organizou a assistência a famílias dos combatentes, fornecendo alimentos e remédios que eram doados pelos mogianos. A assistência teve o respaldo dos médicos Milton Cruz e Deodato Wertheimer.