Nos últimos 17 anos, o artista plástico e ceramista Akinori Nakatani, dedicou boa parte do seu tempo para restaurar o Casarão do Chá. O prédio de 800 metros quadrados ganhou novas paredes, teve as madeiras de sustentação recuperadas, além do telhado e demais estruturas que compõem o modelo arquitetônico original de 1942. O prédio está inserido em um terreno de 6.654,17 metros quadrados.
Outra área de dois hectares anexa ao Casarão do Chá foi adquirido pela Associação Casarão do Chá, que é responsável pela manutenção do prédio.
Nakatani contou que quando a associação foi criada, em 1996, não se tinha ideia de como arrecadar dinheiro para fazer a restauração do prédio. "A primeira verba que conseguimos, foi por meio do Fundo Nacional de Cultura e depois fizemos a cobertura provisória. Pouco a pouco conseguimos os recursos e agora esta reforma chegou ao fim. Nossa preocupação no momento é com a preservação do Casarão do Chá", destacou.
Segundo o ceramista, um carpinteiro japonês especializado ajudou no processo de recuperação de todo o prédio. "É mais fácil fazer o encaixe das madeiras quando elas são quadradas, agora quando está em seu estado natural, o trabalho é triplicado. Acertar este encaixe é muito trabalhoso. Não sei se este é o único casarão construído desta forma no Brasil, mas a construção é muito rara".
Os anos de abandono vividos pelo Casarão do Chá deixaram marcas. Na entrada, é possível notar que falta um pedaço de madeira. "A cicatriz foi causada por um trator que era guardado no espaço. Quando chegamos em 1996, encontramos o casarão em um estado crítico, abandonado. Durante as chuvas, tínhamos que trazer lonas para cobrir o telhado, a madeira esfarelava na mão", relembrou a ceramista Miha Nakatani que ajudou na recuperação do prédio. (L.N.)