O deputado federal Valdemar Costa Neto (PR), o Boy, está sendo investigado pela Polícia Federal na Operação Castelo de Areia. A suspeita é de que a construtora Camargo Corrêa tenha pagado propina a ele e a outros políticos e autoridades de renome nacional, como o presidente da Câmara de São Paulo, Antonio Carlos Rodrigues, também do PR, os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), Eduardo Bittencourt e Antonio Roque Citadini, o também parlamentar Edson Aparecido (PSDB) e o irmão do ex-ministro Antonio Palocci, que é diretor da Eletronorte, Adhemar Palocci.
Todos os políticos citados, inclusive Costa Neto, disseram não ter conhecimento sobre o inquérito movido pela Polícia Federal, que encaminhou anteontem à Procuradoria-Geral da República e à Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo requerimentos para que sejam aprofundadas as investigações sobre as autoridades.
O nome de Costa Neto surgiu nas apurações após análises de documentos sobre a construção do Rodoanel Mário Covas. Em um dos papéis apreendidos, há a expressão "60 mil - PAC - Valdemar PL". Para quem investiga, a sigla "PAC" refere-se ao Programa de Aceleração do Crescimento do governo federal, que prevê a transferência de recursos para o Rodoanel. Já a inscrição "PL" seria uma menção ao Partido Liberal, antiga denominação do Partido da República.
MensalãoCosta Neto é réu em uma ação que tramita no Supremo Tribunal Federal e que apura denúncias de participação no escândalo do mensalão, que veio a público em 2005 e que abalou o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Por causa disso, a votação do parlamentar em Mogi das Cruzes, tradicional base eleitoral desde que seu pai, Waldemar Costa Filho, foi prefeito em quatro mandatos, entre as décadas de 60 e 2000, caiu de 50 mil votos, em 2002, para 9 mil votos, em 2006.