NOEMIA ALVES
Da reportagem local
Médicos mogianos querem a implantação, com urgência, de uma central de triagem para pacientes que apresentem sintomas semelhantes aos da gripe suína e que busquem diagnósticos rápidos.
A notícia de 15 mortes no país pela influenza A (H1N1), a chamada gripe suína, e diante da revelação do Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, de que o vírus Influenza A (H1N1) circula livremente no Brasil - isto é, não necessita do contato entre pessoas que vieram contaminadas do Exterior-, bem como a confirmação do terceiro caso da doença em Mogi - deixou a população mais preocupada do que já estava.
A procura por assistência médica de pacientes com queixa de dor no corpo, febre, coriza e tosse aumentou em até 40% no pronto atendimento das unidades públicas e particulares nos últimos dias.
Profissionais de saúde ouvidos ontem pelo Mogi News se mostraram preocupados com esse novo cenário e defenderam a necessidade de implantação de uma central de triagem para pacientes que tiveram suspeita da doença.
Eles querem que, a exemplo do que acontece em algumas cidades de São Paulo e da região Sul do País, Mogi tenha um local único (tenda, posto improvisado) para recepcionar todos os casos de gripe e, os mais casos mais graves, encaminhá-los para atendimento hospitalar, bem como providenciar a medicação necessária (Tamiflu).
"O mais prudente a se fazer, no momento, é criar um local para atender exclusivamente os casos de gripe. Não apenas para orientar corretamente onde o paciente deverá ir, apresentar um médico e enfermeiros capacitados para diferenciar uma gripe da outra, mas também para evitar que os pacientes com sintomas da gripe A fiquem em contato com outros que não estão contaminados", observa o diretor clínico da Santa Casa, Anatole France Mourão Martins. Segundo ele, desde quinta-feira passada, após a confirmação do 3º caso da nova gripe em Mogi, a procura por assistência médica, de pessoas com problemas respiratórios aumentou em mais de 40%. "Antes da gripe, tínhamos em média 350 atendimentos por dia, dos casos de todos os tipos. Agora, são 500 pacientes/dia e a maioria é de queixa de sintomas de gripe", conta.
O diretor do Pronto-Atendimento do Hospital Ipiranga, Auto Buffani Claudino, é outro que concorda com a criação de um centro de triagem para casos de gripe.
"Particularmente, acredito que este tipo de medida deveria ser aplicada para um atendimento de caráter regional. Afinal, o Alto Tietê está à beira de dois milhões de habitantes e sequer tem um hospital referência para receber os casos mais graves da nova gripe", aponta. "Trata-se de uma decisão que necessita de entendimento entre o Estado a Prefeitura de Mogi, mas que seria muito bem-vindo para a região", ressalta o médico, que na semana passada atendeu um caso de forte suspeita de gripe suína.
Embora garanta estar preparado para prestar o primeiro atendimento aos casos da nova gripe, o diretor do Hospital Santana, Acácio Toge, listou alguns benefícios de a cidade passar a ter um sistema próprio de triagem. "Seria mais rápido tanto para o paciente, como para saúde pública, porque diminui a probabilidade de novos contágios pela nova gripe".
