Márcio Siqueira
Bate e voltaAs matérias publicadas na edição de domingo pelo Mogi News, sob o título principal de capa "O Expresso Leste veio e foi embora", mostrou coisas interessantes na comparação dos dez anos e alguns meses que separam a viagem do que era chamado de trem espanhol até Mogi e as discussões em torno do Veículo Leve sobre Trilhos.
ReminiscênciasEra setembro de 1998, semanas antes do primeiro turno que credenciaria o então governador Mário Covas a ir, mesmo que na bacia das almas, para o segundo turno com Paulo Maluf. Tratava-se do primeiro pleito em que seria possível a reeleição para cargos majoritários e se misturava eleição com coisa pública, mesmo sob as hostes impolutas de Covas.
Valia tudoNa foto abaixo, prefeitos da região, como o de Suzano, Estevam Galvão de Oliveira, à época do PFL, traziam no peito adesivos da campanha de Covas. Não havia lei que impusesse o contrário, tampouco constrangimento em se fazer isso.
DesgarradosO PFL apoiava formalmente Paulo Maluf, que era do PPB, mas Estevam, embora pefelê desde criancinha, era Covas até o último fio de cabelo. Mais discreto, dias antes, o então deputado estadual Junji Abe, também pefelê e ainda de olho puxado, fazia a viagem oficial com autoridades do Estado e com prefeitos. Ele havia, discretamente, abandonado o barco de Maluf e passado a navegar em águas tucanas.
Tábua de salvaçãoO cenário eleitoral era o seguinte em setembro de 1998: só Maluf tinha vaga garantida no segundo turno. O outro posto era disputado a tapa por Covas, Marta Suplicy (PT) e Francisco Rossi (PDT). A viagem de Covas ocorreu na tentativa de captar votos a mais no Alto Tietê, onde a maioria pretendia votar em Maluf. Aí, então, a vinda do trem espanhol, o Expresso Leste de hoje, durou pouco e foi única e tão somente eleitoreira.
Morte ao VLTA fogueira da inquisição jornalística mistura alhos com bugalhos e insiste em carbonizar o projeto de VLT para Mogi. Joga no caldeirão projetos e realidades diferentes e despeja o sal da desinformação por cima. Pode conseguir seus objetivos: o governo José Serra (PSDB) estaria prestes a se infernizar e deixar para lá o VLT, sem, no entanto, implantar o Expresso Leste, mantendo o fétido suburbão como prêmio de consolação.
Bertaiolli Grill - IUma nova sala de almoço passou a fazer parte do gabinete do prefeito Marco Bertaiolli (DEM) na semana passada. Em vez do acanhado espaço que serviu, anos a fio, para as refeições de seus antecessores Waldemar Costa Filho e Junji Abe, Bertaiolli, agora, recebe visitas para degustar comida caseira na sala de reuniões normalmente ocupada pelo chefe de Governo-adjunto, Marcus Melo.
Bertaiolli Grill - IIA mesa, destinada à discussão de problemas da cidade ou casos pontuais, agora sofre a metamorfose. Uma toalha de renda a cobre; pratos, talheres e guardanapos são colocados. O armarinho onde se guardam os ofícios vira um buffet. O cafezinho e os doces (no caso, balinhas) são servidos na sala ao lado, a do prefeito, logo após a refeição.
Comissão de frenteNa semana passada, Bertaiolli recebeu editores do Mogi News para o almoço. Falou de tudo um pouco, começando pela inspeção veicular que quer implantar na cidade, os detalhes do novo projeto Cidade Limpa e os benefícios do VLT. Estava acompanhado da coordenadora de Comunicação, Ana Figueiredo, do chefe de Governo, Luiz Sérgio Marrano, do vice, José Antonio Cuco Pereira (PSDB), e por Marcus Melo.
Tranqueira tricolorBertaiolli brincou com a Operação Cata-Tranqueira. Disse que a sorte é que Cuco não costuma aparecer nos dias de recolhimento de entulhos. "Se o Cuco chegar com a camisa do São Paulo vai acabar sendo jogado na caçamba". O vice, que é tricolor, apenas sorriu amarelo.
Arraes em ação - IO ambientalista José Arraes quer impedir uma mudança da Lei de Zoneamento aprovada na calada da noite em fins do ano passado pela Câmara. Na previsão, a instalação de uma fábrica de móveis no Mogilar, sem a aprovação do Conselho Municipal da Cidade. "Havia o compromisso do ex-prefeito Junji Abe de não enviar nada aos vereadores sem antes passar pelo crivo do Concidade, o que não ocorreu".
Arraes em ação - IIOntem, Arraes foi à Prefeitura e protocolou ofício apelando a Bertaiolli para que a modificação seja revista. "Se não, é melhor fechar o Concidade", ironizou. À noite, ele iria submeter o assunto ao conselho.