Dezenas de membros da União das Associações Pró-Moradia Digna e Defesa do Meio Ambiente de Mogi das Cruzes compareceram ontem à Câmara para pedir o apoio dos vereadores nas negociações que vêm sendo feitas junto ao Executivo para acomodação das mais de 1,3 mil famílias de moradores da área da Mineradora Itaquareia, no Conjunto Santo Ângelo. Atualmente, a Prefeitura e as associações encontram-se em um impasse em torno do tipo de moradia que será construído para transferência desta parcela dos chamados chacareiros.
O grupo fez um pequeno protesto durante a sessão ordinária de ontem. De acordo com os relatos, os chacareiros haviam combinado com o presidente Nabil Safiti (DEM) uma suspensão da sessão para que pudessem fazer uso da palavra. Porém, no fim da tarde de segunda-feira, receberam a informação de que não seriam mais recebidos no plenário. "O povo somos nós, queremos ter voz", gritaram alguns em coro.
Diante dos protestos, Nabil formou uma pequena comissão de vereadores que recebeu o grupo após a sessão no auditório do prédio anexo. Os chacareiros reivindicaram o apoio dos vereadores para que a Prefeitura construa casas para a transferência das famílias que não são produtoras. Inês Paz afirmou que este era um compromisso assumido pelo prefeito Marco Bertaiolli (DEM) tanto durante a campanha quanto durante o início do mandato.
O impasse ocorre porque os representantes da Prefeitura têm afirmado que serão construídas "unidades habitacionais". Os chacareiros, por outro lado, querem garantir a construção de casas. Questionado pelo Mogi News, Bertaiolli voltou a afirmar ontem que aguarda que a associação apresente um levantamento próprio das famílias consideradas em estado de "interesse social" para que seja definido que tipo de moradia será construído. "O processo está parado porque há cem dias eles se recusam a entregar esse cadastramento". (J.G.)