Fernanda Fernandes
Da reportagem local
A população do Alto Tietê já pagou mais de R$ 3,2 bilhões em impostos neste ano. Esse valor representa 0,18% das arrecadações feitas em todo o Estado de São Paulo, em que os paulistas pagaram um total de R$ 1,8 trilhão, valor suficiente para a compra de 22,3 milhões de ambulâncias equipadas, além da construção de 1,5 milhão de quilômetros de estradas asfaltadas. Os dados são referentes ao período de 1º de janeiro a 27 de dezembro deste ano e são atualizados e divulgados diariamente no site do Impostômetro. Com relação ao ano passado, a região arrecadou 13,19% a mais que o mesmo período de 2013.
Os mogianos foram os cidadãos que mais pagaram impostos no Alto Tietê, com arrecadação de R$ 890,6 milhões. Com esse valor seria possível investir na construção de mais de três mil postos de saúde para atender a população.
Depois de Mogi das Cruzes, Suzano é o município que mais arrecadou impostos neste ano. Foram R$ 615,8 milhões, ou seja, 9,4% a mais que no ano anterior. Com a arrecadação da cidade suzanense, seria possível implantar mais de 2 mil postos de saúde, além da construção de mais de 12 mil postos policiais.
Itaquaquecetuba é a terceira no ranking dos impostos no Alto Tietê. A população da cidade já pagou mais de R$ 531,5 milhões em tributos. Valor suficiente para pagar a conta de luz de todos os brasileiros por 35 meses.
Os poaenses, neste ano, pagaram R$ 495,9 milhões em impostos, valor suficiente para a construção de 14,1 mil casas populares de 40 metros quadrados. Apenas Ferraz de Vasconcelos não tem os valores de arrecadações de tributos divulgadas no site do Impostômetro. Os municípios de Arujá, Biritiba Mirim, Guararema, Salesópolis e Santa Isabel arrecadaram, juntos, arrecadaram pouco mais de R$ 739,1 milhões, ou seja, 19,92% a mais que as arrecadações no ano passado.
Contribuintes
Contribuintes que residem no Alto Tietê não estão satisfeitos com os valores pagos todos os anos em impostos. Além dos tributos, no início do ano, os cidadãos têm de arcar com outras despesas, como os gastos de fim de ano, além de material escolar e impostos que são pagos no mês de janeiro, sem contar que durante o próximo ano, estão previstos o aumento da tarifa do ônibus e a instituição da nova contribuição da iluminação pública.
"Eu acho os impostos que pagamos abusivos", disse o comerciante Silvio Gonçalves, de 39 anos. "O problema é que não temos o retorno desses impostos que poderiam ser usados para investimentos na saúde e em melhores estradas, por exemplo", opinou Gonçalves.
"Os valores que pagamos poderia ser mais justo. Tem muitos investimentos básicos que são necessários e não vemos a aplicação dos impostos", avaliou o operador de máquina Wagner Bulow, 52. "Em janeiro já começamos a pagar uma variedade de tributos e não estamos vendo muito retorno". O motorista Marcelo Aparecido Moraes, 43, também está insatisfeito com os impostos que paga todos os anos. "O correto seria os impostos estarem discriminados quando pagamos. Por exemplo, poderia ser especificado onde aquele dinheiro que estamos dando ao governo será aplicado", destacou.
