Cleber Lazo
Da reportagem local
Um grupo de professores e outros profissionais da rede estadual de ensino iniciaram um movimento contra a possível saída da dirigente regional de ensino, Fernanda Conceição Fontanelli.
A substituição da responsável pela coordenação das escolas estaduais em Mogi das Cruzes, Salesopólis e Biritiba Mirim poderá ser oficializada em uma publicação no Diário Oficial do Estado ainda nesta semana, de acordo com o movimento. E somente não teria ocorrido antes devido ao feriado prolongado. O grupo afirma que a mudança terá motivação política e não técnica.
Segundo eles, Fernanda, que ocupa a função desde fevereiro de 2013, "tem desenvolvido um grande trabalho". Ela supervisiona 66 escolas estaduais, sendo 60 de Mogi, três de Biritiba e três de Salesópolis. Juntas, as instituições de ensino contam com quase 52 mil estudantes matriculados.
"Todo mundo que está em um cargo de confiança fica sujeito a deixar o posto a qualquer momento, mas não podemos aceitar esta jogada política", disse um dos líderes do movimento, que preferiu não se identificar, com medo de represálias.
Alguns representantes da campanha foram até a Secretaria de Estado da Educação na tarde de ontem tentar se reunir com o secretário Herman Jacobus Cornelis Voorwald, porém, não conseguiram. Eles exigem que o Estado apresente uma justificativa plausível.
Os professores e diretores que esperam a manutenção de Fernanda garantem que "a Diretoria de Ensino de Mogi é uma das poucas da região que recebem um número pequeno de reclamações". Garantem, ainda, que o ensino estadual na região "nunca esteve em tanta ordem como agora". Fernanda ocupou o cargo deixado por Teresa Lúcia dos Anjos Brandão, que ficou durante 12 anos na função.
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Educação negou que esteja prevista alguma alteração na Diretoria de Ensino do município. A pasta disse que Fernanda foi trabalhar normalmente ontem.
Críticas
O tema também ganhou repercussão no Legislativo. Ontem, durante a sessão na Câmara Municipal, o vereador Antonio Lino (PSD) criticou o governo estadual pela "constante troca das pessoas que coordenam setores importantes". "Esse tipo de ordem sai lá de São Paulo, por aqueles que não têm nenhuma ligação com o município. Troca o comando da Polícia Militar, da Civil. Fecham postos da Polícia Rodoviária e encerram atividades de instituições de saúde. Agora, querem mudar a dirigente de ensino", enumerou. "O movimento que tenta fazer com que ela permaneça é legítimo e terá o meu apoio. Vou fazer uma moção de repúdio", prometeu o parlamentar.