Bruna Costa
Da reportagem local
Por resultar no acúmulo excessivo de gordura, a obesidade é considerada uma doença metabólica. De acordo com a especialista em obesidade e emagrecimento Camila Marques, o problema é multifatorial, ou seja, pode ser causado por diversos fatores, como distúrbios genéticos, endócrinos, hormonais, ambientais, socioeconômicos e, claro, hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Toda e qualquer pessoa que não adotar um estilo de vida ativo e saudável tem chances de desenvolver a obesidade e os riscos são ainda maiores para quem tem pais obesos.
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2009-2010, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério da Saúde, 188 mil brasileiros de todas as idades foram analisados e concluiu-se que a obesidade e o excesso de peso têm aumentado rapidamente nos últimos anos, em todas as faixas etárias, sendo que 50% dos homens e 48% das mulheres estão acima do peso e 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres apresentam obesidade. Além disso, a pesquisa afirmou que uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estão acima do peso.
De acordo com a endocrinologista do Hospital Vitória, Karla Fabiana Brasil Gomes, o Índice de Massa Corporal (IMC) é um indicador epidemiológico para o diagnóstico do sobrepeso e da obesidade. Os pontos de corte para adultos são identificados com base neste índice (veja quadro). "A classificação adaptada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) baseia-se em padrões internacionais desenvolvidos para pessoas adultas descendentes de europeus. Não existem estudos de corte nacional para definir os limites para a população brasileira."
A aferição da circunferência abdominal é também outro método antropométrico bastante utilizado e que reflete, de forma indireta, o conteúdo de gordura visceral. "Entretanto, os valores de cintura abdominal que determinam o risco cardiometabólico variam, dependendo da população estudada", comenta.
Karla conta que as primeiras recomendações, norte-americanas estabeleceram os valores de 102 centímetros para homens e 88 centímetros para mulheres, como pontos de corte. Mas, recentemente, níveis menores como de 94 centímetros para homens e 80 centímetros para mulheres têm sido considerados mais apropriados.
Camila completa que o tipo de obesidade é determinado de acordo com um cálculo que analisa a relação da circunferência da cintura e do quadril. "A obesidade andróide (mais centralizada na região da barriga) está relacionada com doenças cardiovasculares e a obesidade ginecóide (mais centralizada nos quadris) tem forte relação com doenças vasculares e periféricas. Existem, ainda, os graus da obesidade que são determinados de acordo com o cálculo de IMC, além de várias outras doenças que ela pode desenvolver", explica.